quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Atualização do Site

Olá a todos!

Gostaria de informar que o site "Engenharia Caseira" encontra-se em manutenção. Caso queiram comprar algum produto, é só clicar no topo do site em "Produtos", e você será redirecionado para a nossa página do Mercado Livre, que tem quase todos os produtos que temos na loja. Você também pode entrar em contato pelo e-mail engenhariacaseira@gmail.com.

O motivo é simples... durante um ano de funcionamento recebemos muitos ataques de servidores fora do Brasil, originados por estrangeiros e também por brasileiros. Como todos sabem sou uma pessoa com aversão a partidos políticos corruptos, que não gostam do sistema capitalista, que na maioria das vezes tem integrantes que não gostam de trabalhar mas que almejam o sucesso dos outros, ou seja, invejosos... que adoram regimes ditatoriais e revolucionários. Bom, creio que os leitores do meu blog são inteligentes o suficiente pra saber quem são eles.

O fato é que nos últimos dois anos eu enfureci muitos simpatizantes e defensores desses partidos, simplesmente por expor a minha indignação ao que fazem. O resultado é que revidaram promovendo ataques ao servidor. Sim, eles perdem tempo com isso "em defesa da causa"! Enquanto estou aqui divulgando material gratuitamente do qual tive que dedicar um bom tempo para testar, aperfeiçoar, e entregar tudo mastigado a todos, tem gente que idolatra aquilo que não presta.

Bom, assim que tiver tudo migrado voltaremos com a loja. Perguntas podem ser feitas aqui mesmo no blog que responderei sempre que possível.

Aguardem novidades!

Ricardo

sábado, 21 de setembro de 2013

Melhorias no processo de ativação dos furos para a metalização. (Swell-And-Etch)

Pessoal, estou atualmente testando uma solução totalmente química para a metalização dos furos da PCB. A novidade é que o catalizador não usa paládio e sim um outro metal mais em conta. Assim que eu terminar os testes e se os resultados forem positivos, postarei aqui todo o processo bem como a fórmula das soluções usadas.
No processo de metalização química, é necessário preparar a superfície dos furos tornando porosa e para isto atualmente estou usando um método fácil e eficiente chamado "swell-and-etch". Trata-se de amolecer a superfície do epoxi usando um solvente como a acetona e depois remover a parte amolecida usando uma solução forte de permaganato de potássio ou metanol.
O fato é que decidi pegar uma dessas placas que passou pelo processo "swell-and-etch" e ativei com a solução de hipofosfito de cobre. Para a minha surpresa a aderência ficou muito boa e a metalização perfeita!
Caso alguém queira fazer o teste, procure alguma solução a base de acetona na farmácia com concentração de pelo menos 50% e deixe a placa já furada em molho por 15 minutos com o recipiente fechado para que a acetona não evapore. E seguida, retire a placa e tire o excesso de acetona e mergulhe a placa em uma solução com 100ml de água e 1g de permanganato de potássio e deixe por mais 15 minutos. Retire e enxague com metanol ou água. Depois disso é só fazer o processo de ativação normalmente.
O permanganato de potássio pode ser encontrado em farmácias em cartelas com 10 comprimidos de 100mg cada, totalizando 1g por cartela. Mantenha este produto longe da glicerina, pois o permanganato de potássio reage com a glicerina produzindo fogo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Como fazer placas de circuito impresso com furos metalizados e qualidade industrial, em casa - Parte 10 - Fotolito



Olá pessoal! Faz tempo que não posto nada por falta de tempo. Hoje consegui um tempinho para postar algo importante que é o fotolito. Muita gente usa impressora laser acreditando que terá a melhor qualidade. Hoje em dia dificilmente se usa imagesetter para se fazer fotolitos. Na maioria dos casos eles são feitos usando plotters jato de tinta. Peraê... se são feitos usando plotters jato de tinta, porque não usar uma impressora comum ? Foi pensando desta forma que cheguei a conclusão tanto na teoria quanto na prática que hoje as impressoras evoluíram tanto que já é possível fazer fotolitos com qualidade usando jato de tinta, com a tinta e o filme certo.

O grande problema da impressora laser é o calor do fusor. Quando o filme passa pelo fusor para fundir o toner no filme, o calor acaba deformando o filme gerando um transtorno para layouts complexos. Alguns casos onde o toner não tem boa opacidade e enegrecedor não funciona, uma saída seria sobrepor duas ou mais impressões de forma a reforçar o desenho para ter uma opacidade 100%, porém neste caso não é possível pois uma dificilmente fica igual a outra e você nunca conseguirá uma sobreposição perfeita.

Já as impressoras jato de tinta não esquentam o filme, portanto não o deformam. Antes de testar este processo procurei pesquisar sobre plotters, e qual o tipo de cabeça, tintas e filmes que usavam. A melhor tinta parece ser a tinta solvente, porém não conheço impressora que suporte solvente. Com algumas informações coletadas, testei várias tintas e vários filmes (transparências) pra impressoras e consegui ótimos resultados usando impressora epson com cabeça piezzo com tinta pigmentada e filme próprio para a impressão de fotolitos em plotters.

A maioria dos filmes para impressoras jato de tinta usam filmes para tinta corante (revestidos com gelatina) e não funcionam bem com tinta pigmentada pois com grande quantidade de tinta o layout craqueia (trinca). O ideal é usar filme com superfície microporosa própria para tinta pigmentada. Tem duas empresas que vendem este filme para plotter: (A Mares com o filme blue para plotters e a Romaf com o filme milky para plotters). A Romaf tem o melhor peço e o produto é muito bom. O problema é que os filmes para plotters vem em rolos de ~96cm de largura por 30m de comprimento e custam caro. EU peço para cortarem o rolo em 4 rolos de 24cm (ja cabe na impressora) x 30m de comprimento, que corto no tamanho conforme preciso.

Hoje uso uma impressora Epson K101 monocromática que utiliza dois cartuchos recarregáveis pretos, e tinta pigmentada sensient. Esta impressora tem uma resolução muito boa, e diferente das tintas corante, a tinta pigmentada não se espalha. Ela seca ao entrar em contado com o filme, formando uma película densa de tinta. Mas por não ter ajuste de quantidade de tinta, apenas em qualidade, em certos layouts eu ainda tenho que sobrepor uma impressão a outra, porém, fica 100% opaco mesmo contra o sol, e não existe problema em sobrepor as impressões pois o filme não é deformado ao imprimir, portanto as duas impressões batem perfeitamente.

Um teste que estou para fazer é comprar uma impressora epson a jato de tinta colorida que use tintas pigmentadas (durabrite) e comprar cartuchos recarregáveis carregando todos eles com tinta preta. Acho que isso deve resolver o problema de insuficiência de tinta e não precisarei sobrepor impressões, se bem que nunca testei se realmente é necessário sobrepor as impressões... faço por precaução.

Existem programas chamados "RIP" que são usados para se fazer fotolitos onde é possível controlar a quantidade de tinta e velocidade de impressão, porém infelizmente não existe para a K101. Se alquém quiser testar, procure por PowerRIP. Tem varios outros também.

Espero que essas experiências ajudem vocês, e aguardo postagens com os resultados.

Abraço!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Acessibilidade aos produtos.

Pessoal, já falei antes que meu intuito é ajudar a comunidade DIY brasileira a melhorar seus projetos, sem tirar vantagem disso. 

O fato é que nem todos tem acesso a alguns materiais como por exemplo o Dry-Film, que é vendido somente em embalagens com 2 rolos e cada embalagem sai em torno de R$758,00 com IPI, tirando o frete. Outros materiais também são pouco complicados como por exemplo a solução ativadora. A pessoa terá que comprar embalagens com quantidades minimas (de alguns produtos) para produzir a solução: 100g de hipofosfito de cálcio, 250g de sulfato de cobre, 1 frasco de sabão líquido, sendo que não usará nem metade disto.

Nesta semana adicionei no Mercado Livre o DryFilm em pedaços para que as pessoas pudessem ter acesso a ele sem precisarem comprar grandes quantidades.

Pensei em fazer também um KIT com todos os ingredientes necessários para fazer a solução, porém, sem alterar nenhum dos produtos. Desta forma não caracterizaria um produto novo, e sim o repasse de produtos já existentes no mercado com suas respectivas marcas. De certa forma este KIT tornaria a solução acessível a muita gente e não teriam que gastar comprando mais do que precisam. Seria cobrado os recipientes, embalagens e o serviço de postagem.

Gostaria que comentassem sobre esta possibilidade, lembrando que a fórmula assim como os fornecedores continuarão aqui no site. Isto seria apenas uma comodidade para aqueles que preferirem receber todos os produtos necessários para preparar a solução, na quantidade certa.

Se a pessoa não quiser adquirir o kit, ela mesmo pode comprar os produtos do fornecedor que quiser como é feito hoje.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Como fazer placas de circuito impresso com furos metalizados e qualidade industrial, em casa - Parte 9 - Deposição de estanho

Pessoal, neste post vou mostrar como fazer uma solução para deposição de estanho sem eletricidade. Esta formula foi enviada para mim pelo Sergiy da Ucrania, o mesmo autor do post original do Instructables sobre a solução ativadora a base de hipofosfito. Mais uma vez, obrigado Sergiy!



Muitas pessoas, inclusive eu, estavam tendo problemas usando soluções de eletrodeposição de estanho. Os resultados que obtive foram intermitentes... hora funcionava, hora não funcionava criando uma camada pastosa por cima do cobre.

A solução que o Sergiy me enviou funciona muito bem, mas devemos tomar muito cuidado pois alguns reagentes são muito toxicos. Quando posto alguma formula aqui, imagino que todos tomam cuidados básicos como por exemplo usar máscara com filtro para gases orgânicos, ácidos, amônia, óculos de proteção, luvas, avental emborrachado, etc. São ítens muito baratos (você gasta menos de R$100,00 para adquirir a máscara com os 3 tipos de filtros, as luvas, o avental e os óculos), que valem cada centavo gasto. Um respingo de ácido clorídrico ou sulfúrico nos olhos sem ter por perto um lava olhos com solução neutralizadora para uma rápida lavagem pode ser o tempo entre perder ou não a visão para o resto da vida.

Solução de deposição quimica de estanho:

Reserve todos os reagentes antes de fazer a solução. Alguns procedimentos devem ser feitos sem muita demora. Depois de diluir o cloreto de estanho na água o cloreto de estanho II irá sofrer hidrólise e se tornará insolúvel se houver muita demora para adicionar o ácido sulfúrico.


1. 20 gramas de cloreto de estanho II (SnCl2) diluidos em 100ml de água destilada.
2. Logo após diluir o cloreto de estanho na água, coloque na solução 50ml de ácido sulfúrico concentrado (densidade 1.8). Tome cuidado neste ponto pois o ácido sulfúrico irá reagir com o cloreto de estanho e parte do gás HCl sairá em forma de vapor, então tome cuidado para não respirar ele.
3. Adicione água até que a solução atinja 900ml.
4. Adicione 75 gramas de tioureia (SC(NH2)2) na solução.
6. Adicione 16 gramas de hipofosfito de sódio (NaPO2H2) na solução.
7. Adicione de 10 a 15ml de sabão liquido neutro. 

Muito sedimento irá se formar nesta solução, mas ele não atrapalha a deposição. Se o banho for aquecido a 60C, o sedimento desaparece e a deposição se torna mais rápida. Mergulhe a placa durante 10 minutos na solução e ela estará estanhada!

O ácido sulfúrico concentrado age como um poderoso agente desidratante, por isso tome muito cuidado!!!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Como fazer placas de circuito impresso com furos metalizados e qualidade industrial, em casa - Parte 8 - Dry-Film

Pessoal, neste post mostro todo o processo para fazer as placas desde a furação até a finalização usando dryfilm. Algumas etapas como metalização não foram mostradas pois já vimos em outro post. 


Algumas formulas como a solução para corrosão reciclável a base de cloreto de cobre, bem como a solução para deposição de estanho sem eletricidade, serão discutidas em outro post. Estou pensando em organizar o blog por categorias para ficar mais organizado. Alguns reagentes como por exemplo o cloreto de estanho pode ser feito por você mesmo... é trabalhoso mas custa em média 10% do que você gastaria comprando aqui no Brasil. No mes passado eu importei 400g de cloreto de estanho (II) e paguei U$8,00 cada 100g enquanto aqui no Brasil dependendo o lugar custa 300 reais 100g. Comprei 400g e já com o frete saiu em torno de R$100,00 e veio da Polônia. Como o valor não atingiu U$50,00 nao teve imposto. Outro ponto que será discutido é o fotolito. Espero que gostem.

domingo, 23 de junho de 2013

Como fazer placas de circuito impresso com furos metalizados e qualidade industrial, em casa - Parte 7 - Processos fotográficos

Depois de aprender a fazer a solução ativadora de furos e de fazer a eletrodeposição de cobre, chegou a hora de aprendermos um pouco sobre o processo fotográfico.

Antigamente e ainda hoje alguns hobbystas usam caneta para retroprojetor para desenhar as trilhas e depois corroer no percloreto de ferro. Depois de algum tempo surgiu o "decalc" (transfer a seco) para circuito impresso com trilhas, ilhas, pads, que você colocava em cima da placa e rabiscava com um lápis transferindo o desenho para o cobre. Depois de mais alguns anos alguns mais corajosos faziam placas usando emulsão fotográfica para fazer matrizes de silk-screen ou até mesmo cola tenaz com sensibilizante a base de dicromato ou diazo. Aplicava-se uma camada diretamente no cobre e depois de seco se colocava o fotolito por cima e uma luz forte para "queimar" a placa. Depois era revelado com água, cuidadosamente para não soltar as trilhas. Eu mesmo tentei várias vezes e nunca consegui.

A indústria usava o silk-screen com o layout da placa, e algumas empresas ainda usam este processo. Ao passar dos anos foram desenvolvidos processos fotográficos que hoje são usados praticamente por toda a indústria de PCB, e para o hobbysta o processo ficou bem mais prático e profissional permitindo layouts antes nunca sonhados para serem feitos em casa.

As tintas fotopolimerizáveis quando recebem luz ultravioleta se polimerizam e não saem com a solução reveladora que geralmente é a base de carbonatos de sódio ou potássio. A maioria usa o carbonato de sódio, conhecido também como barrilha leve. A proporção recomendada pela maioria dos fabricantes é de 10g por litro de água (1%). Para a remoção da tinta que já foi polimerizada se usa uma solução de hidróxidos de sódio ou potássio. A maioria usa hidróxido de sódio (soda cáustica) na proporção de 30 a 50g por litro de água (3 a  5%) a uma temperatura de 40 a 50C.

Existem dois processos fotográficos diferentes que exigem produtos diferentes. O primeiro deles usa uma tinta fotossensível chamada lá fora de Liquid Photo Resist, e aqui é conhecido por filme líquido. Trata-se de uma tinta que pode ser encontrada em viscosidades que permitem a sua aplicação por tela de silk ou por pistola de pintura. Você pode comprar a tinta com viscosidade para silk usar um solvente para então aplicar com pistola de pintura. Geralmente o solvente usado tanto para diluição quanto para a limpeza do filme líquido ainda não foto-polimerizado é o butilglicol.

fime liquido


No processo com o filme líquido, geralmente a placa é primeiro furada e tem seus furos metalizados, para depois se aplicar o filme nas duas superfícies. Ele exige um tempo de cura em estufa a uma certa temperatura para que fique seco. Depois de seco o fotolito é sobreposto na superfície da placa e então a placa é exposta a luz ultravioleta. Se for dupla face o processo se repete em ambos os lados para depois ser revelada. Neste processo se usa o fotolito com o positivo do layout, ou  seja, com as trilhas, pads e ilhas escuras e com o restante transparente. 

Depois de revelada, a placa fica com as trilhas, pads e ilhas expostos, o contrário do que faríamos em casa. O motivo é que depois de revelada a placa passa por um banho onde é de positado estanho em toda a área exposta, incluindo trilhas, pads, ilhas e furos metalizados. O filme é então removido da placa e ela é levada para a corrosão, onde é usado uma solução a base de persulfato de amônio, pois ele não ataca o estanho.

Despois da corrosão o estanho é removido com uma solução ácida e então a placa está pronta para receber a máscara e a legenda que podem ser por silk-screen ou processo fotográfico, porém se usa uma tinta bi-componente a base de resina epoxi.



O segundo processo se diferencia na primeira etapa antes da aplicação da máscara e da legenda. O produto usado é o dry-film. Ele é uma espécie de película fotossensível coberto por duas películas plásticas para protegê-la e é aplicado por meio de laminadora (plastificadora). O processo de revelação é o mesmo, porém neste processo geralmente se usa o fotolito com o negativo do layout (as trilhas, pads e ilhas permitem a passagem de luz). O motivo deste método usar o negativo, é que como o dry-film é uma película que cobre a placa por completo, ao revelar as placa os furos metalizados que foram expostos à luz UV estão protegidos por esta película que permanece cobrindo os furos, portanto, a metalização não será atacada pela solução ácida. Neste método pode ser usado qualquer solução ácida desde que aceita pelo dry-film.

Agora que você já sabe a diferença entre usar o dry-film e o filme líquido, pode escolher qual é a melhor opção para você. No próximo post você verá todo um vídeo com todo o processo usando o dry film.

Até lá!